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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Será que ainda sou uma professora?

Hoje é mais um daqueles dias em que me pergunto: será que ainda sou uma professora?
Por quê?
Bem, passei um bom tempo sem escrever, então vai rapidinho:
Comecei este ano com todo gás possível para levar o trabalho, os estudos e é claro minha vida pessoal (sim sou humana, tenho alguma vida). Então, como não poderia ser diferente, trabalhei à beça (expressão da vovó no lugar do atual pra cace...), estudei muito e vivi um pouquinho. No final de junho tive a grande oportunidade de participar do CIAEM (Conferência Interamericana de Educação Matemática) realizada em Recife (PE) e agarrei esta oportunidade com unhas e dentes (se levar em consideração minha primeira experiência em viagens de avião, posso dizer que foi com unhas e dentes literalmente - o medo de voar é muito forte...).
Voltei com mais ideias para aplicar em sala de aula. Pelo Projeto Fundão (UFRJ), estou em mais um curso para professores da rede municipal como dinamizadora. E continuo com todo o resto....

O que este resumo tem haver com a pergunta inicial? 
Ah ha. TUDO.

Acredito que tenho feito o possível e mais um pouco para melhorar minhas aulas, o que significa que me preocupo com meus alunos e quero o melhor para eles. Se eu estivesse pensando só no salário: pra que melhorar a aula, não é verdade? O meu dindim no fim do mês é garantido independente dos meus alunos serem aprovados ou não (tem gente que pensa assim...).
É, pois é. Parece errado, né? Eu também sempre achei e fiz/faço de tudo pela Educação. Mas, me deixa contar um segredinho...
Estou começando a questionar o que hoje significa uma boa Educação. Hoje passei por uma situação na escola em que fui agredida verbalmente e quase fisicamente por um aluno. Estou começando a perder o interesse em melhorar alguém que não deseja esta melhora. É muito bonita toda a filosofia e pedagogia que cerca a educação brasileira, mas na hora do vamos ver não é bem assim que “a banda toca”.
É fácil falar para o professor que não importa se ele é agredido, ameaçado ou simplesmente ninguém quer assistir sua aula porque o aluno não “está afim” naquele dia, o trabalho deve ser feito!
É fácil exigir do professor que seja cumprido horário, cronograma de conteúdo e INCLUSIVE muita atenção e PACIÊNCIA com os alunos.

Difícil é passar por professor.

Estou nesta situação. Dúvida.
Será que deixei de ser professora por acreditar que alguém que não quer aprender, não pode ser ensinado?
Será que é obrigando o aluno a estar dentro de sala, estamos realmente contribuindo para sua aprendizagem? Ou por outro lado, será que mantendo este aluno em sala nós não estaremos prejudicando aqueles que realmente estão interessados?

Será que levantar estas questões significa que deixei de pensar como professora?

Será que eu tenho que ser agredida, e aceitar, para ser chamada de professora?

É complicado. Eu sei. Mas pensar e tomar decisões sobre estas questões é melhor que viver me enganando. Mesmo que o veredicto seja largar o magistério.
Estou em crise. Estou revendo minhas prioridades.

Minha diretora hoje deu prova do quanto ela tenta ajudar, mas ‘seus superiores’, que não vivem na rotina escolar, não aceitam qualquer alteração na turma. No caso, mudar o AGRESSOR de unidade escolar.

Talvez aceitem a mudança de professora.


PROFESSORA TATIANA

Um comentário:

  1. Caraca, Tati, tá cada dia mais f.. trabalhar. Vc me conhece, sabe q sou apsaixonada pela minha profissão, mas tenho pensado mto em mudar de área. Tenho me perguntado se não seria mais produtivo se eu empenhasse meu esforço e dedicação em outra causa... Não quero piorar vc, mas tô compartilhando de uma mesma fase de dúvidas... Bjokinha.

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